Escreverei o meu testemunho de conversão...
Nasci em um lar, onde nunca faltou amor. Meus pais amavam seus filhos. Eu era o mais novo. Aos 14
anos de idade passei em um importante concurso público de
nível nacional. Continuava aí a manifestação
da misericórdia de Deus em nossa família. Logo aprendi
que tinha facilidade em aprender idiomas e em matemática. Falo
isso não para engrandecimento próprio, mas para que
compreendam como as coisas aconteceram na minha vida...
Aos 21 anos, eu já estava formado no 3º Grau de estudo (em 1983),
iniciava uma carreira fervorosa e pura nos ideais, como a mantenho
até hoje.
Em 1985, entretanto, algo estava para mudar... Meu
pai tinha um tumor no lobo frontal do cérebro, desde os 35
anos e ninguém sabia... somente a minha mãe (que era
hipertensa) sabia. Ela o medicava e o médico dele havia falado
que uma cirurgia seria por demais perigosa. Era 1957 e a medicina não
era tão avançada. Tudo que se sabia é que, quando
ele começasse a perder a memória, seria o início
do fim. Aos 66 anos de idade,meu pai deixara o seu emprego para se
aposentar. Ele era técnico em radiologia. ...Muitas pessoas
não se preparam psicologicamente para a aposentadoria... Meu
pai começou a definhar e aos poucos foi perdendo a memória...
Todos os irmãos ficamos preocupados e procuramos ajuda médica
o que foi conseguido, mas só a nossa mãe sabia que era
o início do fim. Antes mesmo de ele ser internado, quando
ainda era medicado na casa da minha irmã, A minha mãe
(única sabedora do problema) teve um enfarto e faleceu no dia
13 de fevereiro de 1985... Escondemos do nosso pai o quanto pudemos,
embora ele perguntasse muito sobre ela... Um dia, após uma
reunião de irmãos, por vermos o sofrimento dele ao
querer saber sobre ela, decidimos contar... Ele só emitiu um
som, enquanto levou a mão à testa, como de costume, e
disse: - Ahhh... Ali começou, verdadeiramente, o seu fim. A
memória que vez por outra voltava, foi-se de vez...o quadro
evoluiu até ser internado na CTI do Hospital dos Servidores do
Estado do Rio de Janeiro, 13 dias depois da minha mãe, dia 26
de fevereiro de 1985, meu pai, meu herói, faleceu...
Num intervalo de 13 dias, as pessoas que foram o meu "chão"
haviam ido embora. Apenas duas coisas me sustentavam. A primeira era
o registro de uma história de amor...Minha mãe falecera
por amor ao meu pai e meu pai falecera por amor à minha mãe...
Outra coisa era a fé aprendida tradicionalmente que apontava a
existência de um Deus e de um Salvador. Embora eu não
tivesse uma experiência direta com Eles, eu tinha esperança
que um dia Eles me explicariam tudo. Assim eu fui vivendo, pela
esperança de conhecer a verdadeira explicação de
Deus sobre a perda dos meus pais.
Baseando-me na esperança de
um dia saber, fui vivendo, sem esperança nenhuma de obter
resposta nesta vida... Empenhei-me a praticar atividades que
envolvessem risco de vida, pois não tinha muito motivo para
continuar neste planeta. Em meu trabalho, uma vez por ano, nós
declaramos quem serão os nossos beneficiários para
receber pensão no caso de nossa morte, desde 1977 eu declarava
a minha mãe para tal fim...Em 1986, foi duro deixar em branco
esta linha de um documento tão importante da minha vida. Não
havia esposa, não havia filhos, não havia pai e não
havia mãe para receber nada, caso eu morresse. Meus irmãos
tinham suas vidas a cuidar e reconstruir e eu estava trabalhando em
contrução de estradas na transamazônica. No
coração da selva brasileira,... eu chorei..., chorei a
perda das pessoas que eu tanto amei na vida, chorei à noite na
selva, sozinho,...cheio da plenitude de um imenso vazio de amor. A
escuridão da selva mais importante do mundo, emendando-se com
a escuridão de um céu amazônico absolutamente sem
poluição nenhuma, espelhava a escuridão do meu
peito... vazio e com um imenso nó de mágoa
crescente...Os meus olhos se voltavam para o céu e sem nenhuma
palavra eles diziam: - Deus, por quê?... Decidi, então
não esperar mais a resposta. Comecei a buscar a resposta por
mim mesmo, através de uma busca incessante da verdade sobre a
vida.
Iniciei, pesquisando em livros que recebia de amigos lá
na transamazônica. Decidi pesquisar sobre a vida de Ghandi
(Mohandas Karamchan Ghandi, conhecido como Mahatma Ghandi - Mahatma
significa Grande Alma). Ghandi havia libertado a Índia do
domínio inglês, pregando a "não
violência". Eu sabia disso, por isso decidi começar
por ele. Aprendi que Ghandi era advogado, formado por uma
universidade inglêsa. Durante o período de sua formação,
teve contato com a cultura ocidental e com o cristianismo. Estudando
o Novo Testamento, Ghandi conheceu o Sermão da Montanha (assim
chamado, o sermão do monte). Sobre o texto, Ghandi proferiu as
seguintes palavras: - "Se todos os livros da Terra fossem
queimados e se sobrasse somente o Sermão da Montanha, muito
pouco se perderia." Essas palavras tocaram profundamente meu
coração. Ghandi, que eu tinha como o meu maior herói
estava dizendo que as palavras de Jesus, o Nazareno eram mais
importante até que os livros que ele mesmo tinha escrito... eu
estava atônito... Mas, pela mágoa no meu coração,
eu não procuraria a Jesus. Meu coração estava
muito endurecido... Eu não procuraria Jesus.
Procurei então
o conhecimento acerca de Buda. Descobri que Sidarta Gautama (Buda)
havia escrito um livro chamado Baghavad-Gita, relacionando fatos de
sua vida e seus ensinamentos aos seus seguidores. Comecei a ler
trechos do Gita. Num desses trechos é contada o ensinamento a
um discípulo: "Buda e um discípulo estavam
sentados à sombra de uma árvore, quando um homem cheio
de ódio chegou a eles e começou a ofender muito a Buda.
Este nada fez, continuou parado e calado, então o homem gritou
mais alto as ofensas e bateu no rosto de Buda. Este nada fez,
continuou calado e parado. Por fim, o homem foi embora xingando e
ofendendo a tudo. O discípulo maravilhado com a calma de seu
mestre, perguntou: - Mestre, por que o senhor não fez nada?
Buda respondeu: - O homem veio com uma energia negativa chamada ódio,
como eu não fiz nada, ele não conseguiu passar para
mim, então ele foi embora com aquela energia e eu não
fui atingido." Milhões de pessoas no mundo têm
lido esse texto e têm achado isso o máximo em termos de
ensinamento espiritual. Porém, eu já tinha ouvido falar
de uma história parecida em outro lugar... Jesus era a
resposta. Ele mandava dar a outra face. O objetivo era que fosse
sugado todo o mal do homem oponente, até que, uma vez vazio, o
homem seria preenchido com o amor. Buda buscava o bem para si mesmo,
enquanto Jesus buscava o bem para o oponente. Ainda assim, eu não
procurei a Jesus...
Em outro Estado do Brasil, conheci, em 1992, um
"amigo" que me apresentou um livro. O livro fala de uma
peregrinação numa trilha mágica de um mago . O
autor se intitula "mago". Se ele é ou não,
cada um chegue à sua própria opinião, comparando
a cultura que ele tem com o grau de importância que ele
alcançou na literatura brasileira. Naquele livro, o fato é,
que eu me iniciei na magia... Aprendi a ver o mundo de outra forma,
aprendi a ler pensamentos, a ver o passado de pessoas e até a
prever o que aconteceria num futuro bem próximo, ou seja,
prever fatos dos próximos minutos (apenas minutos). Comecei a
ver o movimento das estátuas... Comecei a ouvir vozes que
falavam comigo constantemente, formando um barulho incessante Com
todo esse poder, aumentei o meu conhecimento para o campo da hipnose.
O mundo começou a ficar pequeno para mim, pois tudo havia
ficado alcançável... Ao par disso, eu fui ficando
sozinho... solitário mesmo, pois ninguém era capaz de
"sintonizar" o meu pensamento a ponto de me fazer
companhia. Uma tristeza crescente passou a tomar conta de mim e eu
parei de sorrir e de chorar. Nada era surpresa para me alegrar ou
entristecer... Somente a minha esposa dizia que eu, no fundo, era bom
e constantemente cantava para mim uma canção que dizia:
- "Nosso Deus é soberano, Ele reina antes da fundação
do mundo... A terra era sem forma e vazia e o Espírito do
nosso Deus se movia sobre a face das águas..." Esse
canto era o descanso de minha alma sofrida, poderosa e profundamente
triste. Deus havia colocado uma esposa digna e que louvava ao Senhor
bem do meu lado.
O conhecimento sobre magia crescia e procurei
aprofundar-me nos conceitos místicos da física
quântica, veja bem, nos conceitos místicos e não
na física em si. Quando então, precisei ser operado.
Antes da operação, comprei livros mágicos que
falavam sobre o Tao da física e peguei filmes com mensagens
ocultas como o STAR GATE, para estudar após a operação.
Uma vez operado, fiquei oito dias em casa de cama estudando magia,
até que meu cunhado veio me visitar e fez uma pergunta: AS
DUAS PERGUNTAS Você gosta muito de ler, não é?
Respondi que "sim, por quê?" Por que você não
lê a Bíblia? Pensei e respondi: - Quem sabe? Pensei
comigo: - Lerei a Bíblia e descobrirei o poder mágico
de Jesus, assim eu estarei a frente dos crentes e terei poderes que
eles irão adorar. Eu serei venerado como santo. Eles não
sabem ler a Bíblia, não conhecem os códigos
secretos de magia e nunca terão o poder que eu tenho... Assim,
com esse pensamento, iniciei a leitura analítica e crítica
da Bíblia.Comecei pela capa e em seguida vi o seguinte texto:
"Tradução de João Ferreira de Almeida".
Quem seria João Ferreira de Almeida? Esta foi a primeira
pergunta e fruto da primeira pesquisa. Depois que descobri que ele
era um português letrado, prossegui com a leitura. Não
pude iniciar a leitura do livro de Gênesis, sem saber o que
significava a palavra Gênesis (criação a partir
do nada, não é como o carpinteiro que cria uma cadeira
a partir da madeira, é criação cuja
matéria-prima é nenhuma) Li Gênesis, Êxodo
e Levítico, então percebi (pela quantidade de
sacrifícios pedidos) que "esse deus era mau"(meu
entendimento da época), quando chegou a vez de ler o livro de
Números, vi que se tratava de um censo, isto é, uma
contagem da população, então decidi não
lê-lo. Entretanto pensei: - Espere, os números têm
a ver com a numerologia, quem sabe aí está o poder de
Jesus? Comecei, então a ler o livro de Números (o
quarto da Bíblia) e os sacrifícios continuavam. No
livro de Números, capítulo 31, deparei com uma situação
de guerra contra os midianitas. Deus manda Moisés vingar os
filhos de Israel dos midianitas e, após a vitória, os
lucros da guerra são muitos. A partir do versículo 25,
Deus faz a divisão da presa. Ele mandou dividir entre os
hábeis guerreiros e mandou separar uma parte para o serviço
dEle, pronto (pensei na época) aí vem mais sacrifício.
Quando então, li o versículo 38 que diz que "E
foram os bois trinta e seis mil, dos quais foi o tributo para o
Senhor setenta e dois. Ué? 39 E foram os jumentos trinta mil e
quinhentos, dos quais foi o tributo para o Senhor sessenta e um.
Ué?Ué?Ué?Ué? TUDO QUE EU PENSEI ESTAVA
ERRADO... MATEMATICAMENTE,Deus era bom! Deus pedia para o seu serviço
0,2 porcento do total de bois, menos de um por cento do que Ele mesmo
havia dado!!! Deus pedia para o seu serviço 0,19 porcento do
total de jumentos, menos de 0,2 porcento do total que Ele mesmo havia
dado!!! MATEMATICAMENTE, DEUS ERA BOM... EU ESTAVA ERRADO! Comparei
com a minha vida... Deus havia me dado uma família ótima
que me amou, oportunidade de estudar, oportunidade de passar num
concurso nacional que me deu uma carreira, e, por fim, uma esposa
maravilhosa, fiel e temente a Deus... e eu? Nem um pedacinho dos 0,2
porcento de tudo que ganhei eu havia retribuído para o serviço
de Deus.
No linguajar que eu tinha na época, decidi que eu não
merecia viver. Aquele ser rancoroso, cheio de malícia e
feitiçaria deveria findar. Decidi que Jesus deveria viver no
meu corpo para continuar a Sua obra. A minha obra deveria acabar,
então chorei muito, a ponto de formar uma poça de
lágrimas junto a minha cama. Quando minha esposa chegou e me
viu naquele estado, transformado, chorando, percebeu que aquele corpo
não era mais habitado pelo mesmo homem mau. Ela não me
via chorar a mais ou menos três anos. Nos abraçamos e
choramos de alegria, juntos. Um grande peso saiu de sobre os meus
ombros e eu nunca mais ouvi vozes.
Isto realmente aconteceu e hoje (9
anos depois), ensino o caminho de Jesus, o Cristo, como sendo o único
caminho para a Salvação deste mundo e como solução
dos problemas profundos da alma humana. Não sou perfeito, Mas
amo e aponto a todos o meu Senhor Jesus. Ele, sim, é perfeito.
Deus os abençôe.